domingo, 30 de junho de 2013

Dualidade sonora

Fulano anda muito música hoje.

Se existe uma força transformadora de atmosferas, ela poderia ter sua origem na música. Impressionado fico quando escuto músicas instrumentais e a capacidade que chegam a ser tocantes. Aliás, música é uma palavra ótima para definir pessoas.

Everyday I'm Sufflin'
Já tive a oportunidade de viver de hotel, acompanhado de música. Era ela, a principal transformadora dos meus poucos metros quadrados. Não existe vida mais linear do que em um hotel.

Ah, se eu tivesse o dom de compor minha próprias melodias e que tocassem automaticamente em minha cachola quando quisesse, os dias seriam mais compassados. Trilha sonora preenche espaços vazios, sai da tela e chega até você, não é atoa que é motivo de premiações, leva em cada segundo, uma tonelada de vibrações mecânicas na forma de emoção. Dá cor, tom e sabor.

domingo, 16 de junho de 2013

Sagrada Dominguera

É engraçado o efeito do desse dia tão querido, esse senhor das trevas semanal. É um embalo que gera sempre os mesmos burburinhos.

Ano passado escrevi um texto sobre ele. Não me recordo agora se estava metafórico pois estou escrevendo este texto no meu recém caderno de textos e quando passar para a tela verifico. [Mentira, não verifiquei e como deu um trabalho danado para filtrá-lo no blog segue o link para quem interessar: Os Corredores Semanais.]

Como ia dizendo, é engraçado... O domingo tem um peso diferente dos outros dias. Muito podem dizer que eu estou falando loucura, se esses trabalharam em jornada 6x2 tão liberados, já os demais que tem rotina tradicional, de segunda a sexta, alguns sábados, não! O domingo é a cara de que o final de semana já deu.

Se considerarmos que ele começa na sexta, ou para alguns na quinta, o domingo é nosso terceiro dia. Uma altura em que não temos mais lugares para ir, dinheiro e com quem ir. Sem falar na questão do fôlego.

Laid-back polar style
Domingo é domingo e sempre será. Talvez faça sentido ser o primeiro dia da semana e deixar a vice-liderança com a segunda-feira que também tem lá seus pentelhos.

Acontece que a diferença mora no como. No domingo o afalho é conosco, é em casa, é individual. Ressaca de todas as suas faces sobre nossos corpos e mente. Soma-se a isso uma paz ou diria abandono nas ruas que nos cria um estado de reclusão. Onde está todo mundo? Evacuaram a cidade e não me avisaram? E a TV então? Não entrarei nesse mérito.

Isso toma conta e atinge uma boa parte da população. As pessoas se esquecem no domingo e tem justificativa para tal. Ser triste no domingo já tem alvará. Tristeza de domingo tem alvará liberado. Eu pouco me importaria se me incluíssem na massa. Acontece que eu brinco de domingo somente depois das 18:00 quando ele me domina de vez. Daí já viu, vou de contra maré no mau humor das pessoas.

Repito, as pessoas se esquecem de quem foram no domingo, como se precisassem de um dia para processar todas informações do final de semana. É uma ruptura brusca no desenrolar da coisas. Quando envolve sentimento, mesmo durado até altas horas do dia anterior, só volta a aparecer lá pela quarta-feira. Trabalho já é fica com a segunda, obrigatoriamente.

É um dia engraçado, comece a reparar. Se tem uma coisas que não altera nem no domingo é mãe, mas isso já é outra história.

Boa semana!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Acróstico

É fim de expediente e ...

M* chega em casa cansado, liga a tv, notebook, abre a janela e vai direto pra cozinha.

A* volta do supermercado e se engarrafa. Jogo de cena. Liga o som.

L* enfrenta uma hora e meia de conexão, lendo notícias em seu tablet.

Três são, e três vão ao outro mundo. O mundo na ponta dos dedos, cheio dos amigos, e seguem daí em seus afazeres. Um olho no gato outro no peixe.

Uma análise à uma passo de distância fica muito mais fácil. Todos em zoom out! Acontece que as vezes temos limitações de espaço, um muro em nossas costas que impossibilita de nos afastar e a história triangular pode se modificar.

M* chega do trabalho, rouba um lanche na geladeira, senta na poltrona e barra de rolagem come solta. Desce-sobe, desce-sobe, essa é sua ginástica em vão.

A* cercada de buzinas e stress, tem os dedos sambando no smartphone. Desliza sobre a película de proteção. Toc toc, volta. Duplo toc, Toc, volta, toc ... para.

L* em última chamada pro portão 3. Aproveitou o wifi até o final. Encerra o aplicativo e segue contemplativo pelo duto em um último relance no tablet antes do total apagão.


Friamente, a cor verde não significa muito, na verdade não significa nada ao olhos próximos. Estão aptos e disponíveis para conversar consigo mesmos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Escapismo

Eu me esforço para ouvir as pessoas!

A cada conversa, questiono e entro nos detalhes, tudo para demonstrar interesse e respeito. Sou direto quando não quero ouvir, e logo digo. Sendo falante, ativo, inquieto, faço isso acima de tudo por não se encontrar bons ouvintes. É um exercício contínuo.

Se me permitirem, posso falar o que borbulha na minha cabeça por horas. Veja só quantos textos que já redigi por falta de escutadores. Gosto de olhos vidrados, que prestam atenção, que acima de tudo concordam. Que reflitam a lua ou espelham o mar! 

Quando encontro a paciência, me apaixono.

domingo, 24 de março de 2013

Tutorial

Pegue um bonequinho,
um avatar a gosto do cliente,
mas que não seja muito azul
ou cor de abóbora.

Amarre pela cintura uma linha,
e na extremidade uma dúzia de balões de festa,
mas que não seja de corações
ou daqueles compridinhos.

Com uma segunda linha, repita o nó
e leve a extremidade ao pé de uma estaca,
mas que não seja muito longe
ou de forma a limitar o voo.

Prossiga com dez minutos de aeróbico,
sem pular o aquecimento,
mas que não fique ofegante
ou se molhe com o suor.

Abra bem os braços e posicione os pés,
dispare-o da marcação, com o vento a seu favor,
mas não o lance se algo estiver apitando
ou se trovoar.

Com a mão direita protegendo os olhos do sol,
acompanhe a valsa no céu,
mas firme e forte, com os pés no chão
ou flutuando, deitado num colchão de ar.


sábado, 2 de março de 2013

Pseudo-ciência criativa: Paralisia

Fevereiro foi um mês para uma experiência social.

Os motivos se estendem desde o ócio, passando pela insatisfação pessoal, oportunidade de pauta e ócio outra vez. Uma experiência social e virtual. Foram 28 dias de não ação, basicamente traduzidos em não iniciar nenhuma conversa pelo chat do facebook e esperar contato. Essa foi a proposta, simples e infantil, mas onerosa na prática.

Não é necessário gastar um parágrafo justificando o ócio e a oportunidade de pauta, mas a insatisfação é um caso a se pensar. Como já aconteceu anteriormente em outras postagens, as vezes decido fazer alguns experimentos nas redes sociais para a coluna vida 2.0. Um bom exemplo foi o caso postado em Vou lhe jogar no meu baú. São oportunidades de verificar muitas vezes comportamento embasadas na metodologia da pseudo-ciência criativa desse escritor.

Finally ...
Iniciei o dia primeiro diferente. Estando online, evitaria o início do contato através do chat com qualquer outro usuário e, confesso que no segundo dia já estava entediado. É extremamente chato assistir tantas bolinhas verdes e não poder iniciar um bate-papo atoa, cotidiano. Já no terceiro dia tive a genial ideia de esconder a barra lateral do chat do facebook para que então talvez esquecesse desta função. Com isso, perdi por tabela o acesso ao notificador de atividades onde atualiza o que meus amigos estão curtindo, postando, comentando situado acima dos destaques do seu contatos para chat.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Tradicional Efeméride

Um ano de Dzinteresses!

Nesse período foram publicadas 63 postagens, didaticamente separadas nas minhas 8 colunas. Atingi o marco de 15 seguidores no blog, 3675 visualizações do blog e 23 comentários publicados por leitores.

Datas comemorativas nos fazem olhara para trás. Como criador, editor, escritor e pai desse blog, me sinto orgulhoso. A criação de um blog não é espontânea, natural, exige acima de tudo um motivo e um depósito de fé. 

Vi uma oportunidade na criação desta página na internet. Uma chance de desafogar, dar sentido, compartilhar e por pontos finais nas coisas, claro que cada qual em seu texto, ou não. Metaforizei muitos dos meu receios e conquistas, o que ficou acessível para que os leitores tirassem suas próprias interpretações, encaixando da forma que lhe for mais coerente aquelas palavras. Interpretações e diferentes interpretações. A intenção nunca foi e nunca atingir o sucesso através dele. 

A intenção é passatempo. É lazer! Arrisquei em gravuras e síntese de idéias complexas em poucas palavras. Tentei e testei poemas. Compartilhei links e teorias do relacionamento virtual. Fui até vidente, antecipando o fim do MSN. Outra intenção é ser. Seja o que for, um experimentador, um brincalhão.

Parabéns Dzinteresses!

Estatística - Postagens mais visualizadas

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Divagação

A vida é uma comitiva!

É um cortejo nada qualquer. É pontual e não admite atrasos. Raramente faz interrupções para contemplação da plenitude, do passado ou do futuro.  Muito dos desprevenidos se perguntarão o que fazem naquela estação quando já desembarcaram. Toda regrada, e com poucos assentos na janelinha, seguimos de pé, no desconforto. O que garante a tais companheiros aqueles lugares? Parece tão confortáveis, com encosto pras costas e espaço pra esticar as pernas. Parecem seguros mesmo sem cinto.


Nunca vi maquinista, operador, zelador ou cobrador, somente funcionários de orientações nas estações. Poucas foram as vezes em que desci para contemplar o me cercava. Observar o sobe e desce nas plataformas e as expressões das outras pessoas que se faziam tão interessantes quanto toda aquela paisagem. Nessas poucas vezes tive oportunidades de conversar com um funcionário:

- É muito solitário por aqui?
- Raramente fico sem companhia. Recebo muitos acenos pela janela também.
- São assentos especiais? Como eu consigo?
- Em que linha você está?
- Nessa aqui oras. To seguindo em frente.
- Vixi ...

E por lá fiquei um bocado, admirando a tranquilidade daqueles que viajavam serenos. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Oração


25 de janeiro de 2012, colação de grau dos cursos de Ciência Biológicas, Engenharia  Elétrica   e Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS) , UNESP.

Discurso do Orador

Primeiramente gostaria de saudar o Professor Dr. Marco Eustáquio de Sá, diretor da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, demais autoridades já anunciadas pelo cerimonial, membros da congregação, caros colegas, senhores pais, senhoras e senhores. Bom dia.

Gostaria de agradecer também a oportunidade de representar todos os formandos através de algumas palavras, tentando expressar aqui, toda nossa a jornada.

Por mais diferente que tenha sido o caminho que aqui percorremos, tivemos muito em comum. Compartilhamos das muitas dúvidas, críticas e receios. Experimentamos a sensação de independência, sentimos o peso da distância e a falta de nossos familiares. Antes mesmo de vivenciarmos tudo isso, cruzamos o ponto de partida.

Não tem como esquecê-lo!  Aquele suor frio, a sala com fiscais a postos e cheia de carteiras etiquetadas. Era a marca e o exército do então vilão Vestibular. Tudo o que queríamos era consagração dos nossos esforços, das horas dedicadas ao estudo e das que passamos estudando as opções de cursos, cidades e universidades.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Marcha

Sem os outros,
sem construções,
sem obras,
não perceberia o tempo passar

Velhice é coisa de TV, 
de cinema.

Nossa velha e boa percepção
Ninguém precisa de relógio quando se tem crianças por perto. Essa convivência também é um excelente instrumento de medição. Sem medo, podemos depositar toda nossa confiança de que veremos o tempo caminhar. Já a idade, essa é outra história...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Okay

Duas letras que dizem muito.

Uma expressão globalmente utilizada para afirmar que está tudo certo, correto e sem problemas. Na etimologia, os estudiosos ainda discutem o seu uso e a origem da palavra. Talvez seja isso então.

Na prática, o Ok pode atuar como dupla face. Cai muito bem para afirmar o contrário, que nada está certo. Para finalizar uma discussão é uma maravilha, principalmente por escrito, senão roubaria a função do 'beleza' da língua falada. Uma palavrinha que usamos dos dois lados e nunca nos deixa na mão.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Dois mil e sete

Você encontrará tesouros limpando suas coisas.

São relíquias, fragmentos da nossa história e sujeira. O destaque desse ano foi para um Laudo Psicológico do autor desse blog, realizado em 2007. Sim, eu tenho um Laudo Psicológico!

Não, eu não fui a uma psicóloga! Ela que veio até mim, ou melhor até nós. A oportunidade surgiu durante a conclusão do ensino médio, no auge dos meus dezessete anos, onde toda a turma poderia consultar da disciplina optativa para o autoconhecimento e orientação vocacional. De fato, uma proposta bastante interessante para o contexto do ano letivo.

Cinco anos depois, concluído meu curso de graduação, reencontrar esse laudo foi bem legal. Nesse tempo todo morei sozinho, fui pro exterior, aprendi com o coletivo e embarquei em muitas aventuras com os amigos. Todo esse período foi fundamental para a compreensão do si e de mundo e lendo novamente o documento, cheguei a conclusão que a psicóloga, embasada por sua metodologia, me conheceu profundamente antes mesmo de mim.

Dividido em histórico de vida e perfil psicológico, o laudo de duas páginas apresenta gráficos quantitativos e uma descrição detalhada sobre as atividades realizadas. Venho aqui eternizar partes desse documento para que ele seja outra vez uma surpresa quando reencontrar com esse texto na posteridade. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ritual

É como estar em transe. Talvez, um sinônimo. 

Não posso garantir com tanta veracidade pois realmente não sei quais os sintomas de tal estado. Acontece que chega um momento que se faz necessária uma canalização. Canalizar é acima de tudo a condensação e o escoamento do contínuo, da agitação. O produto é uma escultura de um complexo fluxo do formigamento cerebral.

Adicione um pouco de recomeço, de inspirações e uma pitada de fé renovada. Um delicioso turbilhão compreensível nessa época entretanto, há dias em que as coisas não se desprendem e eis aqui uma das  minhas soluções. 

Ancorar pensamentos é um descanso, uma terapia. Um ritual alvejante necessário. 

Feliz 2013, dzinteresses e dzinteressados