quinta-feira, 2 de maio de 2013

Acróstico

É fim de expediente e ...

M* chega em casa cansado, liga a tv, notebook, abre a janela e vai direto pra cozinha.

A* volta do supermercado e se engarrafa. Jogo de cena. Liga o som.

L* enfrenta uma hora e meia de conexão, lendo notícias em seu tablet.

Três são, e três vão ao outro mundo. O mundo na ponta dos dedos, cheio dos amigos, e seguem daí em seus afazeres. Um olho no gato outro no peixe.

Uma análise à uma passo de distância fica muito mais fácil. Todos em zoom out! Acontece que as vezes temos limitações de espaço, um muro em nossas costas que impossibilita de nos afastar e a história triangular pode se modificar.

M* chega do trabalho, rouba um lanche na geladeira, senta na poltrona e barra de rolagem come solta. Desce-sobe, desce-sobe, essa é sua ginástica em vão.

A* cercada de buzinas e stress, tem os dedos sambando no smartphone. Desliza sobre a película de proteção. Toc toc, volta. Duplo toc, Toc, volta, toc ... para.

L* em última chamada pro portão 3. Aproveitou o wifi até o final. Encerra o aplicativo e segue contemplativo pelo duto em um último relance no tablet antes do total apagão.


Friamente, a cor verde não significa muito, na verdade não significa nada ao olhos próximos. Estão aptos e disponíveis para conversar consigo mesmos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Escapismo

Eu me esforço para ouvir as pessoas!

A cada conversa, questiono e entro nos detalhes, tudo para demonstrar interesse e respeito. Sou direto quando não quero ouvir, e logo digo. Sendo falante, ativo, inquieto, faço isso acima de tudo por não se encontrar bons ouvintes. É um exercício contínuo.

Se me permitirem, posso falar o que borbulha na minha cabeça por horas. Veja só quantos textos que já redigi por falta de escutadores. Gosto de olhos vidrados, que prestam atenção, que acima de tudo concordam. Que reflitam a lua ou espelham o mar! 

Quando encontro a paciência, me apaixono.